quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Personalização não é tendência, é um fato

Relendo alguns trend briefings do Trendwatching, me deparei de novo com a questão da personalização, que já havia sido citada por eles e que este ano voltou em comunhão com a questão da exclusividade e “premionização”.
Posso ser deveras precipitada ou até leviana ao dizer que personalização não é mais tendência e sim um fato, digamos, cotidiano. Ao menos nas minhas andanças virtuais, esbarrar com coisas que apelem para personalização já não é tão incomum assim.

O fato é que todos nós temos algo com o “personalizado”, “exclusivo”, “diferente”, “minha cara” ou qualquer coisa que o valha. Antes era difícil você encontrar uma loja que fabricasse o sapato como você queria ou até estampar na blusa o desenho que você escolheu. Até pela configuração econômica de tempos atrás, esse tipo de “serviço” se tornava um pouco inviável. Acho que faltava uma ferramenta que divulgasse para as pessoas certas e a um preço acessível ou compatível com o retorno o serviço “personalizado” ou “exclusivo” que você oferecia (simplesmente anunciar no horário nobre da TV ou até num outdoor era dispendioso demais, o que encarecia demais o produto e o tornava inviável).

Mas hoje as coisas se comportam de uma forma bem diferente e já podemos observar inúmeros exemplos, principalmente lojas online, que permitem um nível de personalização extrema aos itens que estão à venda ou, se não, ao menos apelam para a exclusividade de cada item (exclusividade, quer ou não, cai um pouco no mesmo “pacote” da personalização, principalmente no que tange à vontade de diferenciação em relação aos outros membros da sociedade).

Antes que pensem, não é sobre long tail que quero falar, apesar de personalização estar dentro desta constatação que veio à tona com essa organização de observações chamada long tail. Quero mesmo “alertar” para o fato de que algumas coisas que cismamos chamar de “tendências” não são nada mais do que manifestações que ganharam corpo devido as facilidades que as ferramentas web proporcionaram.
Mas chega de bla bla bla. Abaixo seguem alguns exemplos reais de sites que levantam a bandeira de personalização como conceito principal de suas marcas.

Etsy
Essa é uma das minhas lojas virtuais prediletas. Excetuando-se a boa arquitetura do site e as inúmeras ferramentas que ele oferece para você encontrar aquilo que você procura, o foco do site é a comercialização de coisas feitas à mão. Pelo fato de tudo que é vendido ser feito à mão, o apelo à exclusividade é algo que fica evidente. Além disso, os fornecedores também são os próprios usuários, ou seja, você tem um espaço para comercializar as coisas que você faz, ampliando suas chances de encontrar alguém que se interesse pelas suas produções.

Polyvore
A grande questão dessa loja é a possibilidade de compor o visual que você quer baseado em cores. Você pode comprar um ‘look’ completo (roupa, sapato, bolsa, acessório etc) a partir das combinações de peças e cores que você faz dentro do próprio site. São inúmeras as lojas que disponibilizam os itens por ali e cada look, por mais que seja de loja “mainstream” como uma Gap, por exemplo, acabam sendo único, porque cada um combina os itens da forma que bem lhe convir.

Threadless / Camiseteria
Muitos já conhecem ambas as lojas. Threadless é americana, Camiseteria é brasileira. Conceito básico: os usuários votam nas estampas que mais agradam e as mais votadas são comercializadas. Um quê de exclusividade, já que são relativamente poucas as camisetas à venda de cada estampa, um quê de personalização, já que você vota na estampa que mais te agrada.

A abordagem de personalização virou case bem sucedido de marketing. O Nike ID, por exemplo, não só ganhou notoriedade pelo fato do cliente poder personalizar seu tênis, mas por uma empresa do porte da Nike (e que já faz sucesso há anos com tênis desenhados por ela mesma) ter adotado essa linha. Aliás, a Nike sempre apelou para “autenticidade” e “personalidade” de seus produtos e personalização está intrinsecamente ligada a estas coisas. Bom, ponto pra Nike que soube utilizar de uma forma bem bacana e simples esse conceito, aproximando mais a marca de seus consumidores.


Fonte: http://blog.imasters.uol.com.br/loumartins/

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